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domingo, 24 de abril de 2011

ROCKY IV (1985) Estados Unidos vs. União Soviética em um ringue de boxe

ROCKY IV (1985)

Estados Unidos vs. União Soviética em um ringue de boxe
Por Osvaldo Neto
Blog Vá e Veja

O GRANDE DRAGÃO BRANCO, CONAN – O BÁRBARO, BRADDOCK – O SUPER COMANDO, NICO – ACIMA DA LEI.  O que esses filmes tem em comum? Além de serem estrelados por futuros ícones do cinema de ação, eles possuem um lugar no coração de muitos espectadores, até mesmo daqueles que não se consideram fãs dos atores ou dos gêneros. São produções que graças ao sucesso de suas reprises na TV e locação de vídeo durante os anos 80 e 90 atingiram um público sem precendentes. Hoje não podemos contar muito com isso, mas quem sente carinho por aqueles tempos saudosos faz questão de contar com esses e outros títulos tão queridos na prateleira. Quando um certo filme nos marca, temos o início de uma história afetiva com ele, que pode ser mais duradoura que muitos relacionamentos amorosos.

ROCKY IV é um desses filmes. Lançado no ano de 1985, o começo do fim da Guerra Fria, a terceira continuação de ROCKY - vencedor do Oscar de melhor filme, direção e edição em 1976 -  acompanha Rocky Balboa (Sylvester Stallone, também diretor e roteirista) enfrentando mais outra batalha em sua vida como pugilista e ser humano, com a chegada do Capitão Ivan Drago (Dolph Lundgren) nos Estados Unidos.  Não é para menos que os títulos citados no primeiro parágrafo se referiam aos filmes que fizeram  Jean-Claude Van Damme, Arnold Schwarzenegger, Chuck Norris e Steven Seagal famosos da noite para o dia. Lundgren tem em Drago o seu primeiro grande papel, o gigante soviético de poucas falas e amigos.

O campeão amador de boxe chega aos Estados Unidos acompanhado da esposa Ludmilla (Brigitte Nielsen), nadadora olímpica, seu agente Nicolai (Michael Pataki) e treinadores para desafiar Rocky Balboa numa luta amistosa. Apollo Creed (Carl Wheaters), então rival nos dois primeiros filmes da série e agora parceiro depois de ajudar Rocky a vencer Clubber Lang (Mr. T) em ROCKY III, se vê inflamado pelo patriotismo e pela vontade de voltar aos ringues, convencendo Rocky a deixá-lo lutar contra Drago em seu lugar. Após uma turbulenta coletiva de imprensa, o combate acontece em grande estilo, na cidade de Las Vegas e com direito a uma apresentação de  James Brown.  Mas a luta termina de forma trágica, com Apollo nocauteado fatalmente e a clássica fala de Ivan Drago, sempre lembrada pelos fãs: “Se ele morrer, morreu.” Em memória do amigo, Rocky Balboa vai à Sibéria treinar em companhia de Paulie (Burt Young) e Duke (Tony Burton) para o grande confronto entre ele e Drago.

Sim, ROCKY IV pode ser muito irreal, simplório e previsível. Mas também é a mais divertida e empolgante de todas as continuações, apesar dos visíveis sinais de desgaste da série.  Sylvester Stallone conduz o filme com segurança, sem correr riscos, se utilizando da fórmula criada no primeiro título da saga de Rocky. A ‘Training Montage’, por exemplo, é das melhores, embalada pela nova trilha sonora de Vince DiCola, substituindo Bill Conti.

Enfim, todo mundo já está careca de saber como a história irá terminar, que o filme não passa de um produto da era Reagan, uma propaganda pró-EUA.  Só que no fim das contas, isso nunca importou muito. O que importa é torcer por Rocky sempre, um personagem cuja história se cruza com a do próprio cinema moderno, um personagem dono de tamanha força, coragem e humanidade que continuará inspirando quem se aventurar a conhecê-lo por muitos e muitos anos.

Muito obrigado, Sylvester Stallone.


Osvaldo Neto é crítico de cinema.
Para conferir seu trabalho:

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